sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Saudade

Saudade. É disparado um dos piores sentimentos, não por ser sentido, mas sim pelo que provoca. E com certeza quem inventou, não podia imaginar o quanto doía.

A saudade é traiçoeira, ela não tem aviso prévio, não tem hora, não tem motivo, não tem dono, nem exclusividade, ela não tem lugar certo. Ela simplesmente aparece e te põe pra baixo.

Mas nem sempre ela é triste, às vezes ela pode só ser uma lembrança. Você vai querer voltar naquele momento, mas a máquina do tempo não existe e você não pode. O momento já se foi, ficou só a lembrança. Essa é a saudade boa.

Às vezes ela pode ser só momentânea também. Saudade ‘daquilo’ que já volta, saudade daquilo que está longe mas daqui a pouco está perto. Ai ela pode tornar tudo melhor na hora de “matá-la”.

Sentir saudade é normal, chato, mas normal. Se sente saudades de qualquer coisa. Eu por exemplo sinto saudades daquele dia, daquele beijo, daquele conselho, daquele abraço, daquela pessoa, daquela viagem, daquela companhia, daquela paisagem. Sinto saudades de quem já se foi e de quem ainda está aqui. Sinto saudades de quem está do outro lado do telefone. Eu sinto muitas saudades...

Saudade é querer estar perto e não poder. É querer voltar naquele momento, saudade é lembrança. Quem disser que nunca sentiu saudade está mentindo, saudade faz parte de nós, doa a quem doer.

Tenho saudades do hoje, do ontem e sentirei, com certeza, saudades de amanhã. Quando a saudade passa? Sei lá, talvez nunca, talvez ela só mude de “lugar”.

Eu só sei que nesse instante, eu morro de saudades.



A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.(Rubem Alves)
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.(Martha Medeiros)