quarta-feira, 15 de abril de 2009

Crônicas, filmes, livros ...


Confesso que sou apaixonada pela colunista Martha Medeiros, e confesso também que a coluna dela é a primeira coisa que eu leio no jornal de domingo (sim, eu leio jornal). Coluna essa que não só aborda assuntos ‘mulherzinhas’. A cada coluna, um assunto e cada assunto mais admiração. E todo mundo que já leu, gostou. Crônica de primeira mesmo.
E pra ajudar descobri livros dela (embora não consiga baixar nenhum ¬¬), e sendo que um deles virou peça de teatro, e agora filme, Divã com a Lília Cabral.
O filme ainda nem lançou, e eu já to perturbando minhas amigas, dizendo que é bom. Acho que é o lance de ela misturar no filme: as crônicas da deusa grega, o Gianecchini, o Cauã Reymond, e o tiozão pegador, Zé Mayer... Fora todo o lance de ela fazer terapia, estar ligada ao meu novo lado psicóloga que tudo que seja ligado e interligado a área psíquica, esteja me interessando muito ultimamente.

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Então queria deixar aqui o pedido para as pessoas que tenham esse livro, me emprestarem (com volta, eu prometo!), ou então pessoas que saibam aonde baixar... hahahaha
E o outro pedido é que quem não tiver nada pra fazer, dá um pulo no cinema e veja o filme. As meninas não se arrependerão e os meninos entenderão pelo menos um pouquinho das mulheres – coisa que nem é tão difícil assim.

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Ok então, ‘ficadica’ e fica a crônica.

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O amor que a vida traz

Você gostaria de ter um amor que fosse estável, divertido e fácil. O objeto desse amor nem precisaria ser muito bonito, nem rico. Uma pessoa bacana, que te adorasse e fosse parceira já estaria mais do que bom. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesto.
O problema é que todos imaginam um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Ao analisar o currículo do candidato, alguns itens de fábrica não podem faltar. O seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja pra assistir em casa, no DVD. E seria bom que gostasse dos seus amigos. E precisa ter um emprego seguro. Bom humor, sim, bom humor não pode faltar. Não é querer demais, é? Ninguém está pedindo um piloto de Fórmula 1 ou uma capa da "Playboy". Basta um amor desses fabricados em série, não pode ser tão impossível.
Aí a vida bate à sua porta e entrega um amor que não tem nada a ver com o que você queria. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o amor que lhe cabe. É seu. Se não gostar, pode colocar no lixo, pode passar adiante, faça o que quiser. A entrega está feita, assine aqui, adeus.
E agora você está aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada o amor solicitado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego.
Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia encomendado, mas a vida, que é péssima e atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que nem lhe pertence. Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não especifica, não se experimenta em loja - ah, este me serviu direitinho!
Aquele amor discretinho por você sonhado vai parar na porta de alguém para o qual um amor discretinho costuma ser desprezado, repare em como a vida é astuciosa. Assim são as entregas de amor, todas como se viessem num caminhão da sorte, uma promoção de domingo, um prêmio buzinando lá fora, mesmo você nunca tendo apostado. Aquele amor que você encomendou não veio, parabéns! Aproveite o que lhe foi entregue por sorteio.


Martha Medeiros, Jornal O Globo, em 12/04/09

4 comentários:

Anônimo disse...

'Confesso que sou apaixonada pela colunista Martha Medeiros,..' Momento gay da minha amiga! HAHAHAHA!

Mas, de fato, eu estou acostumada a ler jornal também, mas admito que nas páginas das crônicas eu passava apenas o olho naquelas citações do texto que eles costumam pôr do lado.. Nunca tinha parado pra ler. Esse domingo, após o seu toque sobre as boas crônicas fui ler a da sua 'deusa', e me deparei com um bom assunto e uma BELISSIMA crônica :)

E, tá de parabéns, MARAVILHOOOOSA a nova diagramação do seu blog!

Bjooo!

Atreyu disse...

tmVi esse filme 2 vezes no PC!
Adorei!!!
Incrível!! A L. Cabral manda muito bem em tudo que faz!!! Show de BOLA!!

Marii Duarte disse...

Cara vc a cada dia me surpreende com a escrita. Pra quem tinha medo de não ter assunto ou nào saber abordar, fico feliz por ter te entusiasmado nesse mundo blogueiro. Adorei a crônica, no geral amor crônicas!!!

Tb acho que esse filme vai ser mto bom e mostra algo que eu smp temi e uma opção por não fazer terapia, o medo das descobertas pós terapia... acho que vc pode descobri dentro de si coisas que nem imagina ter. Um dia venço esse medo e faço terapia...

Muiiitos beijos

Bel Bonotto disse...

Trabalhei na divugação do filme, foi um projeto muito bonito e com excelentes resultados. Não percam o filme, realmente não há como se arrepender por assisti-lo.

Bjs, Carol!